- quarta-feira, 27 de dezembro de 2017
- 0 Comentários
Meu retrato não retrata bem,
Ainda que meus traços, contém,
Quem de fato eu sou.
Pois pra me conhecer
Não basta apenas ser
Meu conhecido.
Porque ninguém
Conhece bem alguém
Se dele não for amigo.
- sábado, 16 de dezembro de 2017
- 0 Comentários
Por que te preocupas
Quando a noite escura cai?
Pois tu verás, se esperares bem,
Que o negrume logo se esvai
E que apressadamente vem
A aurora de um dia a mais.
- quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
- 0 Comentários
A ostentação do pobre
Que achou dinheiro
É a fonte do futuro nobre
Que deixou o direito
Pra ouvir um "Se desdobre"
Ao servir o primeiro
- terça-feira, 12 de dezembro de 2017
- 0 Comentários
Talvez, sem muito esforço,
Se tu olhares direito,
Reclinando um pouco o pescoço,
Erguendo os olhos com jeito,
Poderás encontrar algumas estrelas
Brilhando nesse céu perfeito.
Se tu olhares direito,
Reclinando um pouco o pescoço,
Erguendo os olhos com jeito,
Poderás encontrar algumas estrelas
Brilhando nesse céu perfeito.
- domingo, 10 de dezembro de 2017
- 0 Comentários
Para uns as palavras são amigas,
Convidadas para festa.
Despidas de intrigas.
Sem qualquer arma funesta.
Convidadas para festa.
Despidas de intrigas.
Sem qualquer arma funesta.
Para mim, são prisioneiras
Subjugadas em uma guerra.
Vencidas com tranqueiras.
Aprisionadas sem qualquer trégua.
Subjugadas em uma guerra.
Vencidas com tranqueiras.
Aprisionadas sem qualquer trégua.
- sexta-feira, 8 de dezembro de 2017
- 0 Comentários
Da sacada da janela do meu pequeno sobrado, sinto os ventos do sudeste que começam a soprar, e como fantasmas, que parecem querer entrar pelas janelas das casas para assombra-las, uivam trazendo consigo grandes e escuras nuvens que mais parecem algodão desenhado à grafite, as quais tingem o céu de um cinza sombrio, desbotando o azul celestial.
Os pássaros também já cessam o seu arrulhar, partindo, quase à semelhança de Ícaro, em busca do sol que se distanciara. As árvores, ainda desfolhadas, ao som dos uivos dos
ventos, parecem dançar com o intento de quererem descer do alto os primeiros pingos da chuva, a qual será a única companheira dos bancos torneados deixados à mercê da solidão pelos casais que, outrora abancados, trocavam caricias ao cheiro dos jasmins.
Nas ruas de paralelepípedo já não se vê mais pessoas andando, exceto uma ou outra que corre com as notícias do dia na cabeça, desviando-se dos grandes girassóis coloridos que, movimentando-se como em busca do sol, agora substituem os pedestres e trazem cor à estação recém chegada.
É o inverno que nos alcança.
- segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
- 0 Comentários
Tem gente que faz chip
Tem gente que faz site
Tem gente que faz gente que faz chip, que faz site
Tem gente que faz banco
Tem gente que faz banca
Tem gente que faz gente que faz banco, que faz banca
Tem gente que faz letra
Tem gente que faz som
Tem gente que faz gente que faz letra, que faz som
Tem gente que faz vida
Tem gente que faz sonho
Tem gente que faz gente que faz vida, que faz sonho
Tem gente que faz aço
Tem gente que faz traço
Tem gente que faz gente que faz aço, que faz traço
Tem gente que faz compra
Tem gente que faz venda
Tem gente que faz gente que faz compra, que faz venda
Tem gente que faz ida
Tem gente que faz volta
Tem gente que faz gente que faz ida, que faz volta
Arnaldo Antunes
- sexta-feira, 24 de novembro de 2017
- 0 Comentários
De barriga vazia,
O olho mexia
Seguindo o prato,
Deveras lotado,
Que agora no mato
Jazia
Era, no prato,
Comida fresquinha
Jogada no mato,
Tirado do prato,
De quem sem alento
Com forme dormia
- segunda-feira, 20 de novembro de 2017
- 0 Comentários
Eu canto
Rouco
Em pranto
E clamo:
Musicaliza-me!
Música lisa
Torne-me
De palavra bruta
Do bruto em mim
Sonoriza-me!
Som latente
Patente
Aos ouvidos
Dos ouvintes
Que te ouvem
Não a mim
Melodia-me!
Doce mel
No dia
Que vieres
Da tua boca
Ouvirei
Música
Bela
Serei
- sexta-feira, 17 de novembro de 2017
- 0 Comentários
De tudo o que eu já experimentei de Ti
Nada se compara a você
De tudo o que eu já experimentei de Ti
Nada se compara a você
E ter você é bem melhor
Do que os seus milagres
Ter você é bem melhor
Do que o seu poder
E ter você é bem melhor
Do que ter a revelação das suas mãos
Das suas mãos
Porque não há revelação maior
Do que ser seu amigo
E não há revelação maior
Do que ser eu amigo
E não há revelação maior
Do que ser seu amigo
Seu amigo
Seu amigo
Rasga o véu
Meus olhos asseiam te ver, Jesus
A maior revelação de todas é você
Rasga o véu
Meus olhos anseiam te ver, Jesus
A maior revelação de todas é Você
Sim, é você
Pra te seguir eu vou ter que me mover contigo
Pois puseste dentro de mim uma fonte feita pra jorrar
Uma luz que não se pode esconder
E quando ela brilhar
Deixa o mundo te ver
Rasga o véu
Meus olhos anseiam te ver, Jesus
A maior revelação de todas é você
Rasga o véu
Meus olhos anseiam te ver, Jesus
A maior revelação de todas é você
Sim, é você
SantaCeia (feat. Rodolfo Abrantes)
- segunda-feira, 13 de novembro de 2017
- 0 Comentários
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Fernando Pessoa
- sexta-feira, 3 de novembro de 2017
- 0 Comentários
Que culpa tenho
Em ter nascido assim?
Pois noto teu desdenho.
Por que pedes ao filho teu
Para tirar de si
Aquilo que seu Pai o deu?
Por que ensinaste-me a perguntar?
Pois quando o faço,
Não tens como argumentar.
Por que me distingues dos filhos teus:
Coas o mosquito meu
Mas ignoras os camelos seus.
A Palavra me ensinou:
Será arrancado
O que o Pai não plantou.
Não tens como argumentar.
Por que me distingues dos filhos teus:
Coas o mosquito meu
Mas ignoras os camelos seus.
A Palavra me ensinou:
Será arrancado
O que o Pai não plantou.
- quarta-feira, 1 de novembro de 2017
- 0 Comentários
Fugindo arquejante pelas veredas obscuras do Bosque do Nevoeiro, caí de súbito prostrado com os joelhos em terra, após tropeçar em uma pedra, sustentando sobre as mãos calejadas pelo trabalho forçado nas minas de Pecado, o suserano, o peso dos meus ombros mortificados e achei-me novamente aprisionado por cadeias aos pés pelo sicário do maldito.
De cabeça baixa, esmagando com as pálpebras as lágrimas, quase ao ponto de dispersarem-se em vapor, que de tristeza percorriam lentamente meu lívido rosto e inebriavam meu coração por eu não ser capaz de fugir do meu cativeiro sem por meu algoz, vassalo do Suserano, ser novamente capturado, senti a dor do desespero diante de minha fragilidade.
Minutos depois, logo após verter rios de lágrimas, abri meus olhos avermelhados e, ainda prostrado, vi na poça que se formou diante de mim o reflexo daquele que considero o meu maior inimigo; das minas de cujo o senhor eu vinha fugindo. Aquela visão aterradora me fez cair para trás tamanho foi o susto, sentado no monturo, sujando as mãos com a terra úmida e enegrecida daquele bosque.
Devagar e tremendo tornei a olhar a poça: lá estava ele olhando de volta para mim com um sorriso escarnecedor e vitorioso. Meu coração começou a palpitar descompassadamente. As minhas mãos sujas começaram a destilar suor, o qual tornou-se em lama negra. O medo de tornar-me mais uma vez submisso aos desejos vis daquela criatura que estava diante de mim, instigados por seu senhor, dominou-me. Quando de repente uma voz doce e solene reverberou por todo o Bosque do Nevoeiro:
— Não tenha medo, meu filho. Eu já paguei o preço necessário por tua liberdade —. Duas coisas me ocorreram no mesmo instante: a primeira foi que aquela voz parecia vir de todos os cantos daquele bosque tenebroso, mas eu não via ninguém. A segunda coisa foi uma inexplicável mistura de sentimentos, além de uma forte esperança, que dominou todo o meu ser ao mesmo tempo: paz e temor, vergonha e consolo. Então perguntei:
— Quem é você?
— Eu sou o Cordeiro.
— Ó Cordeiro! —. Disse eu desacreditando da esperança recém sentida. — Estou irremediavelmente aprisionado à essas cadeias. Já tentei me libertar e fugir deste bosque tão horrível, mas sempre sou novamente aprisionado pelo sicário do senhor destas terras. Como um simples cordeiro pode me libertar?
— Eu Sou mais que um simples cordeiro, meu filho. Eu Sou o teu remidor. Eu Sou a tua Justiça —. Antes que a voz concluísse a pronúncia da palavra Justiça eu vi reverdecerem como mágica os galhos ressequidos das árvores daquele bosque sem vida e caminhar entre a ramaria recém enverdecida, um cordeiro de lã branquíssima manchado de sangue carmesim como se houvera sido gravemente ferido, porém não fraquejava. Ao passar por trás de uma árvore, o cordeiro se transformou em um homem ancião, vestido até os pés com uma roupa semelhante a uma bata de linho sem costura, branquíssima e cingido na altura dos peitos com um cinto de ouro. Sua cabeça e cabelos eram brancos como a lã do cordeiro que eu vira instantes antes. Do seu rosto fulgia uma luz de brilho intenso e constante. Seus olhos ardiam como chama de fogo e refletiam na poça de pranto que continuava diante de mim, até então antro do meu algoz. Os seus pés eram semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e se moviam na minha direção.
Ao me deparar com aquela visão, ao contrário da primeira, eu não tive medo, mas apesar disso eu não conseguia encara-lo por muito tempo, pois eu sentia como se os seus olhos penetrassem no mais profundo do meu âmago e sondassem as profundezas mais tenebrosas do meu ser, as quais nem eu mesmo seria capaz de discernir. Quando aquela figura se aproximou de mim eu curvei-me aos seus pés e, soluçando, disse:
— Afasta-te de mim, Senhor, pois sou um homem pecador! Estou tão mergulhado em tamanha desgraça e miséria que não sou digno de estar em tua presença.
Apesar de eu reconhecer em meu coração que eu não tinha condições de estar na presença do Ancião, algo dentro de mim me impulsionava para mais perto de sua presença e fazia com que eu me apresentasse diante dele com todos os meus pecados afim de receber a sua misericórdia, mesmo sabendo que eu era digno do seu juízo e condenação.
Parado diante de mim enquanto eu permanecia prostrado, clamando por misericórdia, eu vi o recorte da sombra do seu braço direito que erguia-se ser projetada no chão, devido a luz emanente do seu rosto, ao meu lado esquerdo. "Será o meu fim.", pensei, enquanto eu fechava os olhos com toda a força esperando um golpe de juízo que me arremataria a vida.
— Não pense isso, meu filho —. Disse-me o Ancião colocando sua destra em meu ombro esquerdo. — Eu Sou o teu remidor. Eu Sou a tua Justiça —. Então eu abri os olhos ainda com a cabeça curvada e não vi mais a poça de lágrimas que estava diante de mim, nem a terra negra debaixo dos meus joelhos ou a lama nas minhas mãos. O que os meus olhos passaram a enxergar era algo esplendidamente magnífico; algo nunca antes visto por mim ou talvez por olho humano algum: debaixo de mim havia uma superfície polida, mas que não chegava a ser como um espelho, e de um amarelo diferente de tudo o que eu já vi, na qual eu divisei novamente, porém agora ofuscado, o reflexo do meu maior inimigo, cujo sorriso escarnecedor havia sido desfeito, agora preso em um madeiro sem poder sair.
— Levante-se, meu filho —. Disse-me o Ancião. — Você agora é um homem livre —. Nesse instante eu notei que as minhas cadeias haviam desaparecido e com a sua ajuda eu me ergui — Primeiro o joelho direito e depois o esquerdo. — até que eu me achei de pé frente a frente com o Ancião. Foi então que eu olhei à minha volta e percebi que aquela superfície dourada era na verdade ouro puro. Estávamos em pé sobre um único bloco quadrado de tijolo de ouro de muitos outros que, lado a lado, se estendiam por muitos e muitos quilômetros do ocidente em direção ao oriente, formando um caminho entre várias montanhas, bosques e vales repletos de diversas espécies de plantas e de animais que andavam por entre as árvores ou voavam pelo céu límpido e azul, e terminava ao pé de uma grande e fortificada muralha construída em jaspe a qual possuía três grandes portões de pérola (pelo menos do lado oriental).
"Que visão magnífica", eu pensei. — Está é agora a sua nova morada —. Disse-me o Ancião apontando para os portões que se abriam. — E estes são os seus concidadãos —. Assinalou ainda virando-se para o ocidente, de onde vinha uma grande multidão inumerável, festejando com músicas e danças pelo caminho em que estávamos.
Apesar de eu não ser mais uma criança, senti-me como uma e segurei a mão esquerda do Ancião e juntamente com a multidão entramos na Grande Cidade de Ouro com um gozo profundo na alma e no coração ao ponto de tudo aquilo parecer-nos um sonho.
Mesmo tendo decorrido muitos milhares de anos desde então, aqui temos vivido e nesta cidade não existe cemitério porque não há morte, não existe cárcere porque não há transgressão, não existe hospital porque não há doença, não existe noite e até o sol não se faz necessário porque o Grande Rei nos ilumina com a luz que emana do seu trono e não existe fome porque nos alimentamos com os frutos da Grande Árvore que encontra-se no meio da praça de ouro da Grande Cidade de Ouro e contemplamos a beleza e a glória do Grande Rei.
De cabeça baixa, esmagando com as pálpebras as lágrimas, quase ao ponto de dispersarem-se em vapor, que de tristeza percorriam lentamente meu lívido rosto e inebriavam meu coração por eu não ser capaz de fugir do meu cativeiro sem por meu algoz, vassalo do Suserano, ser novamente capturado, senti a dor do desespero diante de minha fragilidade.
Minutos depois, logo após verter rios de lágrimas, abri meus olhos avermelhados e, ainda prostrado, vi na poça que se formou diante de mim o reflexo daquele que considero o meu maior inimigo; das minas de cujo o senhor eu vinha fugindo. Aquela visão aterradora me fez cair para trás tamanho foi o susto, sentado no monturo, sujando as mãos com a terra úmida e enegrecida daquele bosque.
Devagar e tremendo tornei a olhar a poça: lá estava ele olhando de volta para mim com um sorriso escarnecedor e vitorioso. Meu coração começou a palpitar descompassadamente. As minhas mãos sujas começaram a destilar suor, o qual tornou-se em lama negra. O medo de tornar-me mais uma vez submisso aos desejos vis daquela criatura que estava diante de mim, instigados por seu senhor, dominou-me. Quando de repente uma voz doce e solene reverberou por todo o Bosque do Nevoeiro:
— Não tenha medo, meu filho. Eu já paguei o preço necessário por tua liberdade —. Duas coisas me ocorreram no mesmo instante: a primeira foi que aquela voz parecia vir de todos os cantos daquele bosque tenebroso, mas eu não via ninguém. A segunda coisa foi uma inexplicável mistura de sentimentos, além de uma forte esperança, que dominou todo o meu ser ao mesmo tempo: paz e temor, vergonha e consolo. Então perguntei:
— Quem é você?
— Eu sou o Cordeiro.
— Ó Cordeiro! —. Disse eu desacreditando da esperança recém sentida. — Estou irremediavelmente aprisionado à essas cadeias. Já tentei me libertar e fugir deste bosque tão horrível, mas sempre sou novamente aprisionado pelo sicário do senhor destas terras. Como um simples cordeiro pode me libertar?
— Eu Sou mais que um simples cordeiro, meu filho. Eu Sou o teu remidor. Eu Sou a tua Justiça —. Antes que a voz concluísse a pronúncia da palavra Justiça eu vi reverdecerem como mágica os galhos ressequidos das árvores daquele bosque sem vida e caminhar entre a ramaria recém enverdecida, um cordeiro de lã branquíssima manchado de sangue carmesim como se houvera sido gravemente ferido, porém não fraquejava. Ao passar por trás de uma árvore, o cordeiro se transformou em um homem ancião, vestido até os pés com uma roupa semelhante a uma bata de linho sem costura, branquíssima e cingido na altura dos peitos com um cinto de ouro. Sua cabeça e cabelos eram brancos como a lã do cordeiro que eu vira instantes antes. Do seu rosto fulgia uma luz de brilho intenso e constante. Seus olhos ardiam como chama de fogo e refletiam na poça de pranto que continuava diante de mim, até então antro do meu algoz. Os seus pés eram semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e se moviam na minha direção.
Ao me deparar com aquela visão, ao contrário da primeira, eu não tive medo, mas apesar disso eu não conseguia encara-lo por muito tempo, pois eu sentia como se os seus olhos penetrassem no mais profundo do meu âmago e sondassem as profundezas mais tenebrosas do meu ser, as quais nem eu mesmo seria capaz de discernir. Quando aquela figura se aproximou de mim eu curvei-me aos seus pés e, soluçando, disse:
— Afasta-te de mim, Senhor, pois sou um homem pecador! Estou tão mergulhado em tamanha desgraça e miséria que não sou digno de estar em tua presença.
Apesar de eu reconhecer em meu coração que eu não tinha condições de estar na presença do Ancião, algo dentro de mim me impulsionava para mais perto de sua presença e fazia com que eu me apresentasse diante dele com todos os meus pecados afim de receber a sua misericórdia, mesmo sabendo que eu era digno do seu juízo e condenação.
Parado diante de mim enquanto eu permanecia prostrado, clamando por misericórdia, eu vi o recorte da sombra do seu braço direito que erguia-se ser projetada no chão, devido a luz emanente do seu rosto, ao meu lado esquerdo. "Será o meu fim.", pensei, enquanto eu fechava os olhos com toda a força esperando um golpe de juízo que me arremataria a vida.
— Não pense isso, meu filho —. Disse-me o Ancião colocando sua destra em meu ombro esquerdo. — Eu Sou o teu remidor. Eu Sou a tua Justiça —. Então eu abri os olhos ainda com a cabeça curvada e não vi mais a poça de lágrimas que estava diante de mim, nem a terra negra debaixo dos meus joelhos ou a lama nas minhas mãos. O que os meus olhos passaram a enxergar era algo esplendidamente magnífico; algo nunca antes visto por mim ou talvez por olho humano algum: debaixo de mim havia uma superfície polida, mas que não chegava a ser como um espelho, e de um amarelo diferente de tudo o que eu já vi, na qual eu divisei novamente, porém agora ofuscado, o reflexo do meu maior inimigo, cujo sorriso escarnecedor havia sido desfeito, agora preso em um madeiro sem poder sair.
— Levante-se, meu filho —. Disse-me o Ancião. — Você agora é um homem livre —. Nesse instante eu notei que as minhas cadeias haviam desaparecido e com a sua ajuda eu me ergui — Primeiro o joelho direito e depois o esquerdo. — até que eu me achei de pé frente a frente com o Ancião. Foi então que eu olhei à minha volta e percebi que aquela superfície dourada era na verdade ouro puro. Estávamos em pé sobre um único bloco quadrado de tijolo de ouro de muitos outros que, lado a lado, se estendiam por muitos e muitos quilômetros do ocidente em direção ao oriente, formando um caminho entre várias montanhas, bosques e vales repletos de diversas espécies de plantas e de animais que andavam por entre as árvores ou voavam pelo céu límpido e azul, e terminava ao pé de uma grande e fortificada muralha construída em jaspe a qual possuía três grandes portões de pérola (pelo menos do lado oriental).
"Que visão magnífica", eu pensei. — Está é agora a sua nova morada —. Disse-me o Ancião apontando para os portões que se abriam. — E estes são os seus concidadãos —. Assinalou ainda virando-se para o ocidente, de onde vinha uma grande multidão inumerável, festejando com músicas e danças pelo caminho em que estávamos.
Apesar de eu não ser mais uma criança, senti-me como uma e segurei a mão esquerda do Ancião e juntamente com a multidão entramos na Grande Cidade de Ouro com um gozo profundo na alma e no coração ao ponto de tudo aquilo parecer-nos um sonho.
Mesmo tendo decorrido muitos milhares de anos desde então, aqui temos vivido e nesta cidade não existe cemitério porque não há morte, não existe cárcere porque não há transgressão, não existe hospital porque não há doença, não existe noite e até o sol não se faz necessário porque o Grande Rei nos ilumina com a luz que emana do seu trono e não existe fome porque nos alimentamos com os frutos da Grande Árvore que encontra-se no meio da praça de ouro da Grande Cidade de Ouro e contemplamos a beleza e a glória do Grande Rei.
- sábado, 21 de outubro de 2017
- 0 Comentários
Como não me render diante da tua majestade, a qual faz com que os bosques, vales e montanhas se prostrem diante de você? Até o teu terrível monstro dos mares, cuspidor de fogo e terror do mais valente e destemido marinheiro, vem aos teus pés como um gatinho manso, reconhecendo a dependência de você.
Mesmo reinando sobre todos você deu a sua vida a quem achava que poderia retê-la, para satisfazer a tua própria justiça e logo em seguida tornar a toma-la para compartilha-la comigo — O que seria de mim sem a tua misericórdia? — Se não fora a tua entrega em meu lugar afim de me redimir do meu próprio erro eu já não estaria mais aqui.
Deixa-me mergulhar o rosto em tua juba dourada, sentir o teu cálido alento tão próximo do meu rosto, a tua grande e forte pata levemente pousada sobre meu ombro e aperceber-me de teus olhos tão penetrantes e serenos olhando nos meus, contemplando a totalidade do meu eu corrompido e transmitindo à minha alma a compreensão de todas as dimensões do teu divino amor.
Não poderia esconder das chamas de teus olhos, ainda que eu quisesse, a minha imperfeita humanidade, pois seria vão a tentativa de ocultar do Feitor os ferimentos de sua feitura porque de um modo tão maravilhosamente assombroso você me formou e por isso conhece as máculas que, contra a tua vontade, corromperam a minha natureza.
- quarta-feira, 18 de outubro de 2017
- 0 Comentários
Cidade dos losangos amadurados
Dos animais emoldurados
E dos rios turvados
Dos animais emoldurados
E dos rios turvados
Cidade dos filhos, em outras, refugiados
Dos anjos abandonados
E, depois de mortos, exaltados
Dos anjos abandonados
E, depois de mortos, exaltados
Cidade de gentes variadas
Do camponês gentil
E do urbano hostil
E do urbano hostil
Mesmo assim, Cidade dos meus amores
Mas se me rejeitas em ti
Talvez pra teus braços não mais eu volte
Mas se me rejeitas em ti
Talvez pra teus braços não mais eu volte
- sexta-feira, 13 de outubro de 2017
- 0 Comentários
Eu estou aqui pra Te perguntar
O que o meu coração precisa saber
As palavras são difíceis de sair
Mas eu vou tentar
Eu não posso mais viver assim
Há um grito preso dentro de mim
Um desespero em minh'alma que indaga
Jesus, você ainda pode me amar?
Será que ainda pode me usar?
Será que ainda pode me amar?
Você pode habitar num coração
Tão duro e frio como o meu?
Será que ainda pode olhar
Através dos meus olhos
Que tantas vezes se desviaram?
Será que ainda pode falar
Através dos meus lábios mentirosos?
Será que ainda pode tocar
Com essas minhas mãos que já fizeram tanto mal
Tem misericórdia de mim
Eu não passo de um pecador
Tem misericórdia de mim
Eu confio no teu grande e doce amor
Tem misericórdia de mim
Porque eu não passo de um pecador
Tem misericórdia de mim
E o mal que eu não quero, esse eu faço
E o pecado está sempre em minha porta
Pecar é o que eu faço de melhor
Mas eu não quero mais ser assim
Então clamo do fundo do abismo
Da minha existência
Jesus me ajuda
E tem misericórdia de mim
Tem misericórdia de mim
Tem misericórdia de mim
Jesus, você ainda pode me amar?
Será que ainda pode me usar?
Será que ainda pode me amar?
E tem misericórdia de mim
Ministério Zoe
- sábado, 19 de agosto de 2017
- 0 Comentários
Me sinto perdido num grande deserto
Cercado por dunas, muralhas ao certo
Caminho perdido sem um rumo certo
Parece que a morte me segue de perto
Desnorteado 'stou, mas sigo em frente
Sem saber aonde vou, não 'stou contente
Me apego em Ti, mas cerro os dentes
Talvez não confie em Ti plenamente
Preciso de ajuda: oh, vem me deixar
Segurar em tua mão e então descansar
Cordeiro de Deus que vivo está,
Senhor dos senhores, Leão de Judá
Segurando em tua mão atravessarei
Este grande deserto e conquistarei
Vitórias sem fim: promessas do Rei
Então, do outro lado, enfim, chegarei
Cercado por dunas, muralhas ao certo
Caminho perdido sem um rumo certo
Parece que a morte me segue de perto
Desnorteado 'stou, mas sigo em frente
Sem saber aonde vou, não 'stou contente
Me apego em Ti, mas cerro os dentes
Talvez não confie em Ti plenamente
Preciso de ajuda: oh, vem me deixar
Segurar em tua mão e então descansar
Cordeiro de Deus que vivo está,
Senhor dos senhores, Leão de Judá
Segurando em tua mão atravessarei
Este grande deserto e conquistarei
Vitórias sem fim: promessas do Rei
Então, do outro lado, enfim, chegarei
- quinta-feira, 10 de agosto de 2017
- 2 Comentários
Quando a saudade bate
Tanto abate
O coração da gente
Que não tem mente
Nem razão
Que consiga anestesiar
Nem que seja um pequeno de um quinhão
Da dor que sente
O saudoso coração.
E assim a gente vai seguindo vida:
Entre dores e tentativas,
Por vezes desvairadas,
De tentar parar a dor sentida
Por nossa tão pequena alma.
- sexta-feira, 4 de agosto de 2017
- 0 Comentários
Ensina-me a ser misericordioso
Sem tolerar o pecado.
Sem tolerar o pecado.
A amar mesmo que eu seja odiado.
Ensina-me a crer
Sem cair no fanatismo.
Sem cair no fanatismo.
A usar a fé
Sem tropeçar no misticismo.
Sem tropeçar no misticismo.
Ensina-me a ser paciente
Sem cruzar os braços.
Sem cruzar os braços.
A ser longânimo
Sem ser conformado.
Sem ser conformado.
Ensina-me a usar tua liberdade
Sem me tornar liberalista.
Sem me tornar liberalista.
A ser modesto
Sem me tornar legalista.
Sem me tornar legalista.
Ensina-me a confiar somente em ti
E não me apoiar em mim.
Ensina-me a crescer na graça
E fugir do legalismo
E fugir do legalismo
A obter teu conhecimento
E não ser raquítico.
E não ser raquítico.
Ensina-me a discernir os meus limites.
Mantém-me em equilíbrio.
Mantém-me em equilíbrio.
- terça-feira, 1 de agosto de 2017
- 0 Comentários
Amados filhos,
Enquanto redijo esta carta imagino-me deitado no chão, brincando com vocês enquanto ouço e observo as suas gargalhadas que me deixam simplesmente extasiado, tornando-me novamente criança que não se preocupa com o amanhã, mas trata em viver o agora sabendo que, ainda que inconscientemente, o amanhã não nos pertence e que o viver o presente com a nossa família é algo de valor imensurável.
Penso como será quando, num dia de domingo, eu os levar para aprenderem a andar de bicicleta — primeiramente com as duas rodinhas, depois com uma e por fim, quando vocês gritam para mim entusiasmados: — Pai! Pai! Olha, eu consegui! — sem rodinha alguma —, a alegria que sentirei em poder participar de momentos como esse de suas vidas.
Imagino-me também os levando e trazendo da escola, os ajudando a fazer as tarefas de casa, participando do dia dos pais da sua escola, em que irão me presentear com belas obras de arte, as quais deixariam as garatujas de Gogh e Picasso no chinelo.
Penso como será quando, depois de muito esforço e com a ajuda de Deus, vocês ingressarem no ensino superior, a satisfação que eu sentirei em ver cada um dos meus filhos bem encaminhados profissionalmente — eu não insistirei que cursem arquitetura, engenharia ou qualquer outro curso do meu agrado, mas persistirei que, tendo escolhido por conta própria o curso com o qual se identifiquem, apresentem a Deus em oração, assim como tudo na vida.
Quero que escolham e casem-se com esposas e esposos piedosos e orem para que Deus os ajude a fazer bem essa escolha, uma vez que o casamento é uma joia de grande valor aos olhos de Deus, e que criem seus filhos no temor do Senhor, assim como eu quero cria-los, não negligenciando os cultos domésticos.
Escrevi esta singela carta hoje, bem antes de eu os conhecer — seus rostos, a cor dos seus olhos, suas vozes, suas personalidades —, afim de que sintam-se amados por seu pai bem antes que pudessem conhecer o útero de sua mãe e saibam que desde já eu oro a Deus para que os conceda saúde em abundância para dela gozarem e cresçam nos caminhos do Senhor, do qual nunca devem desviar-se.
Por fim, meus filhos, eu os abençoo para que sejam prósperos em todos os seus caminhos, para que sejam sábios em todas as suas decisões e para que jamais desviem-se do caminho que é Cristo, sabendo que se o fizerem trarão sobre suas vidas amargas consequências.
Até o parto...
Com amor, seu pai.
- quinta-feira, 15 de junho de 2017
- 0 Comentários
Oh! Que fonte transbordante!
Mais profunda que o mar.
É de Deus, o amor imenso,
Que Jesus me veio dar.
Ele me abriu a porta,
E me reconciliou,
Por Seu sangue derramado;
Para Deus me consagrou.
Como a pomba perseguida
E cansada estava eu
Mas Jesus jamais rejeita,
Quem buscar abrigo Seu.
Graça abundantemente
Sobre mim já derramou;
Onde abundou pecado,
Graça superabundou.
Quando alvorecer meu dia.
Com Jesus, irei pro céu;
Eu O exaltarei pra sempre,
Pois salvou um perdido réu.
Samuel Nyström
- quarta-feira, 14 de junho de 2017
- 0 Comentários
És amado pelo que sois ou pelo que tens? És elogiado por tua beleza ou por teu caráter? És admirado por tua inteligência ou por teu corpo? Saibas tu que a beleza é vã: passará como o vapor que se esvai pela chaminé de uma casa, morrerá como a erva no fogo e se dissipará como a poeira lançada ao vento.
Que proveito há em ter os dois olhos se eles o fazem cobiçar? De que adianta ter as duas mãos se elas o fazem pecar? Que ganho há em ter os dois pés se eles o levam ao inferno? Domina as tuas paixões e viverás: o erro brota, sem controle, na mente — se alimentado descerá ao coração —, mas o executá-lo pertence a ti.
O que te é melhor: te salvares ou te condenares? Conquistares o mundo ou a vida eterna? Possuíres tesouros na terra ou no céu? Melhor é para ti mendigar à porta do rico, se assim aprouver ao teu Criador, por setenta ou oitenta anos — se honrares teus pais — e herdares a vida eterna do que viveres regaladamente nesta vida e seres um miserável no inferno.
A verdadeira beleza está em temer ao Senhor. O princípio da sabedoria é temer ao Criador. A tua força é o teu Redentor.
Que proveito há em ter os dois olhos se eles o fazem cobiçar? De que adianta ter as duas mãos se elas o fazem pecar? Que ganho há em ter os dois pés se eles o levam ao inferno? Domina as tuas paixões e viverás: o erro brota, sem controle, na mente — se alimentado descerá ao coração —, mas o executá-lo pertence a ti.
O que te é melhor: te salvares ou te condenares? Conquistares o mundo ou a vida eterna? Possuíres tesouros na terra ou no céu? Melhor é para ti mendigar à porta do rico, se assim aprouver ao teu Criador, por setenta ou oitenta anos — se honrares teus pais — e herdares a vida eterna do que viveres regaladamente nesta vida e seres um miserável no inferno.
A verdadeira beleza está em temer ao Senhor. O princípio da sabedoria é temer ao Criador. A tua força é o teu Redentor.
- terça-feira, 13 de junho de 2017
- 0 Comentários
Todo chão é areia movediça.
Um labirinto duvidoso de uma terra deserta.
Onde as trevas dominam o coração do homem.
Até a luz do sol brilhar sobre ele.
Senhor de todos,
Mostre como és forte
Todas as minhas necessidades se vão.
Seja uma pedra angular
Seja uma pedra angular
Seja uma rocha, maior do que eu
Seja o muro da minha fortaleza
Seja a fundação para todos,
Minha pedra angular
Os prédios estão balançando ao vento
As torres desmoronando-se novamente
Este certamente será o fim
Daqueles que não construíram sobre Ele
Um labirinto duvidoso de uma terra deserta.
Onde as trevas dominam o coração do homem.
Até a luz do sol brilhar sobre ele.
Senhor de todos,
Mostre como és forte
Todas as minhas necessidades se vão.
Seja uma pedra angular
Seja uma pedra angular
Seja uma rocha, maior do que eu
Seja o muro da minha fortaleza
Seja a fundação para todos,
Minha pedra angular
Os prédios estão balançando ao vento
As torres desmoronando-se novamente
Este certamente será o fim
Daqueles que não construíram sobre Ele
Senhor de todos
Mostre como és forte
Todas as minhas necessidades se vão.
Você
Você é o construtor do meu coração
Você
Carregou-me do início
Mostre como és forte
Todas as minhas necessidades se vão.
Você
Você é o construtor do meu coração
Você
Carregou-me do início
Day Of Fire
- sexta-feira, 9 de junho de 2017
- 0 Comentários
Presos e encarcerados estão eles, prontos para serem torturados antes de sofrerem uma morte tão fria e cruel por seus carrascos. Mortos serrados ao meio, degolados, metralhados. Possuem apenas suas salgadas lágrimas para, enquanto queimados vivos de joelhos, regar o fogo que os consome em roda e arde por todo o corpo sem que possam fazer mais nada.
São arrastados sobre pedregulhos, enquanto amarrados pelos pés, por cavalos selvagens, lançados em valas e enterrados como indigentes — mas o seu Senhor os conhece bem. Pisoteados, esmagados e dilacerados por feras famintas. Lançados nos estádios para divertimento sórdido de uma plateia corrupta e sanguinária que, enquanto comem pão, embebedam seus olhos no sangue e no sofrimento alheio.
Membros são cortados — pés, mãos, orelhas —, vísceras e órgãos arrancados enquanto dão os últimos suspiros. Contudo não negam a convicção que possuem. Loucos? — aceitam morrer apenas por um ideal. Não! Antes sábios: entregam suas vidas afim de tornar a obtê-la novamente — desta vez para nunca mais alguém tornar a toma-la.
Com o sangue do seu martírio regam o mundo pela verdade afim de que outros, como eu, nasçam do pleno conhecimento dela e, por ela, estejam dispostos a morrer.
Mas quanto a mim, estou, por essa verdade, disposto a morrer?
- quinta-feira, 8 de junho de 2017
- 0 Comentários
Sou feliz (It Is Well with My Soul) é um hino cristão e foi escrito por Horatio Gates Spafford, advogado americano em 1873 e sua melodia composta por Philip Bliss três anos mais tarde.
Quando Spafford escreveu esse hino — que, na minha opinião, é um dos mais belos já escritos — vários acontecimentos tristes ocorreram em sua vida entre os quais podemos citar o falecimento do seu filho em 1871, O Grande Incêndio de Chicago no mesmo ano, em que Spafford perdeu muitos imóveis nos quais ele havia investido e em 1873 ele perdeu suas quatro filhas no naufrágio do navio SS Ville Du Havre quando elas e sua esposa, Anna, viajavam para a Europa.
Enquanto Spafford viajava ao velho continente afim de poder encontrar-se com sua esposa aflita, ao passar próximo do local do naufrágio, ele inspirou-se para escrever a letra deste belo hino.
Se paz a mais doce me deres gozar,
Se dor a mais forte sofrer,
Oh! Seja o que for, tu me fazes saber
Que feliz com Jesus sempre sou!
Sou feliz com Jesus,
Sou feliz com Jesus, meu Senhor!
Embora me assalte o cruel Satanás
E ataque com vis tentações;
Oh! Certo eu estou, apesar de aflições,
Que feliz eu serei com Jesus!
Meu triste pecado, por meu Salvador
Foi pago de um modo cabal!
Valeu-me o Senhor!
Oh! Mercê sem igual!
Sou feliz, graças dou a Jesus!
A vinda eu anseio do meu Salvador!
Em breve virá me levar
Ao céu, onde eu vou para sempre morar
Com remidos na luz do Senhor!
Horatio Spafford
- quarta-feira, 31 de maio de 2017
- 0 Comentários
Kusakabe, M., Shin, Y. (Produtores), & Kato, K. (Diretor). (2008). A Casa de Pequenos Cubinhos (La Maison en Petits Cubes) [Filme Cinematográfico]. Japão. Acesso em 30 de Maio de 2017, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=9KM7TrJ2CHw
Kunio Kato é um animador e diretor japonês nascido em 24 de abril de 1977 e conhecido pela produção do curta-matragem A Casa de Pequenos Cubos (La Maison en Petits Cubes), lançado em 2008 e que recebeu o Oscar de melhor filme da categoria no ano seguinte.
A Casa de Pequenos Cubos trata da história de um velho viúvo e solitário que mora em uma cidade que foi inundada e continua a submergir na água, cujo nível não para de subir, obrigando os moradores da cidade — ou pelo menos os que decidiram continuar a vida ali — a construírem sempre um andar a mais e mudarem-se para lá, deixando, contudo, um alçapão em cada andar que servia para pescar.
Em certo dia, ao acordar, o velho depara-se com a água nos tornozelos, como acontecia de tempos em tempos, e decide comprar tijolos e cimento para construir, não importando as condições do clima — se chuva, se sol, se ventania —, um andar a mais em sua casa, a qual ele começou a erigir com a ajuda de sua falecida esposa enquanto na cidade ainda se podia caminhar sobre a grama verde.
Após o término da construção do novo andar de sua casa, o velho volta ao nível recém inundado e começa a mudança com a ajuda de um pequeno barquinho a remo. Porém, ao erguer um dos seus móveis o seu cachimbo caí na água e, através do alçapão, submerge um nível a baixo. Não contente em perder o seu cachimbo preferido, o velho compra um escafandro e mergulha em busca do seu inseparável companheiro e então começa a reviver suas memórias.
A partir daí ele decide voltar no passado — alçapão por alçapão — através dos andares de sua casa que um dia tiveram vida, mas que ainda guardavam lembranças maravilhosas vividas com a sua esposa e com a sua única filha.
Ao chegar no térreo o velho abre a porta e saindo da casa ele observa tudo o que ele construiu ao logo de sua vida e, olhando em volta, ele percebe que foi uma das únicas pessoas daquela cidade que chegou tão longe sem precisar abandonar as suas raízes, uma vez que as casas vizinhas não possuíam tantos andares quanto a sua.
Agora nostálgico, ele retorna ao andar da sua casa recém construído, põe à mesa duas taças de vinho e, sozinho, ele brinda, terminando, assim o filme, que na minha opinião é um dos melhores curtas-metragens que eu já assisti, pois nos faz refletir sobre nossas memórias que são construídas dia após dia, com pequenos cubinhos cujo valor muitas vezes nos passam desapercebidos.
- terça-feira, 30 de maio de 2017
- 0 Comentários
Como pode me amar, Deus?
Conhecendo o meu pecado
Sabendo o que eu faço de errado
Como pode me amar assim?
Como pode me amar, Deus?
Sabendo que eu sou falho
E que o meu coração já não bate
Mais como já bateu
Como pode me amar, Deus?
Sabendo que eu fugiria
Se a porta estivesse aberta
Como pode em mim confiar?
E ainda me pega quando estou caindo
E me abraça, quando estou chorando
E segura as minhas mãos
E me leva pra perto
Das chamas de amor que ardem
Em teu coração e não se podem conter
Como uma flecha que estoura em meu peito
E me traz de joelhos enquanto eu choro
Tenha o meu coração
Minha alma soluça quando eu percebo
O contato de Seus olhos com os meus
Como pode me amar, Deus?
Sabendo o que eu diria
Sabendo que eu me frustraria
Como pode me amar assim
Como pode me amar, Deus?
Sabendo que eu te culparia
Pelo que não foi como eu queria
Como pode me amar assim?
Como pode me amar, Deus?
Sabendo que eu me fecharia
Quando você quisesse entrar
Como pode em mim confiar?
E ainda me pega quando estou caindo
E me abraça quando estou chorando
E segura as minhas mãos
E me leva pra perto
Das chamas de amor que ardem
Em teu coração e não se podem conter
Como uma flecha que estoura em meu peito
E me traz de joelhos enquanto eu choro
Tenha o meu coração
Minha alma soluça
Quando eu percebo o
Contato de seus olhos sobre os meus
Me leva pra casa
Eu quero voltar
Pois longe de Ti
Não é o meu lugar
Eu corro depressa
Pra te encontrar
De braços abertos
Como alguém que esqueceu
Me leva pra casa
Eu quero voltar
Pois longe de Ti
Não é o meu lugar
Eu corro depressa
Pra te encontrar
De braços abertos
Em meu lugar
Conhecendo o meu pecado
Sabendo o que eu faço de errado
Como pode me amar assim?
Como pode me amar, Deus?
Sabendo que eu sou falho
E que o meu coração já não bate
Mais como já bateu
Como pode me amar, Deus?
Sabendo que eu fugiria
Se a porta estivesse aberta
Como pode em mim confiar?
E ainda me pega quando estou caindo
E me abraça, quando estou chorando
E segura as minhas mãos
E me leva pra perto
Das chamas de amor que ardem
Em teu coração e não se podem conter
Como uma flecha que estoura em meu peito
E me traz de joelhos enquanto eu choro
Tenha o meu coração
Minha alma soluça quando eu percebo
O contato de Seus olhos com os meus
Como pode me amar, Deus?
Sabendo o que eu diria
Sabendo que eu me frustraria
Como pode me amar assim
Como pode me amar, Deus?
Sabendo que eu te culparia
Pelo que não foi como eu queria
Como pode me amar assim?
Como pode me amar, Deus?
Sabendo que eu me fecharia
Quando você quisesse entrar
Como pode em mim confiar?
E ainda me pega quando estou caindo
E me abraça quando estou chorando
E segura as minhas mãos
E me leva pra perto
Das chamas de amor que ardem
Em teu coração e não se podem conter
Como uma flecha que estoura em meu peito
E me traz de joelhos enquanto eu choro
Tenha o meu coração
Minha alma soluça
Quando eu percebo o
Contato de seus olhos sobre os meus
Me leva pra casa
Eu quero voltar
Pois longe de Ti
Não é o meu lugar
Eu corro depressa
Pra te encontrar
De braços abertos
Como alguém que esqueceu
Me leva pra casa
Eu quero voltar
Pois longe de Ti
Não é o meu lugar
Eu corro depressa
Pra te encontrar
De braços abertos
Em meu lugar
Israel Subirá
- domingo, 28 de maio de 2017
- 0 Comentários
O poeta só é reconhecido depois de morto.
O profeta só é ouvido pelos outros.
A sabedoria do sábio não é reconhecida pelos tolos.
Quando o som do piano é interrompido nós o desejamos apreciar.
Quando os pássaros silenciam-se nós os desejamos escutar.
Quando o sol se esvai no horizonte nós o desejamos para iluminar.
Antes que percamos, valorizemos.
Antes que seja tarde, nos apressemos.
Antes de mais nada, amemos.
Antes que percamos, valorizemos.
Antes que seja tarde, nos apressemos.
Antes de mais nada, amemos.
- quarta-feira, 19 de abril de 2017
- 0 Comentários
Não se turbe o vosso coração
Crede em Deus e também em Mim
Na casa de Meu Pai há muitas moradas
Se não fosse assim, eu não teria dito
Vou preparar-vos um lugar
Eu virei e vos levarei para Mim mesmo
Vós conheceis o caminho para onde Eu vou
Eu sou o caminho, a verdade e a vida
Ninguém vem ao Pai, a não ser por Mim
Em verdade eu vos digo, porque eu vou para o Pai
Mas aquele que crer em mim obras maiores fará
Se Me amares verdadeiramente
Guardareis os Meus mandamentos
Eu rogarei ao Pai, Ele vos dará o Consolador
O Espírito da Verdade que o mundo não pode receber
Mas Ele habita em vós
E estará em vós pra sempre
Aquele que tem os meus mandamentos
E os guarda, este é o que me ama
E se alguém me amar
Será amado por meu Pai
Eu também o amarei
E Me manifestarei a ele
Quero te amar mais, Senhor
Quero te amar mais, Senhor
Quero te amar mais, Senhor
Quero te amar mais, Senhor
Heloísa Rosa
- terça-feira, 18 de abril de 2017
- 0 Comentários
Por entre as copas das árvores na rua de paralelepípedos, uivam os ventos outonais, balançando as ramagens, derrubando a folhagem cuja primavera, outrora verdejante, esvaziou-se com os anos, noticiando o inverno que se aproxima.
À sombra da árvore plantada no canteiro da calçada de casa, fica sentado, às tardes, sobre o acolchoado assento de sua antiga cadeira de carvalho, a figura de um velho pescador cujas cãs denotam seus anos.
Com sua listrada camisa desabotoada de cores neutras e desbotadas, relaxadamente ele exibe, debruçada sobre as coxas, a saliente barriga sobre a qual repousam encarapitadas as enrugadas e calejadas mãos que seguram a agulha e o malheiro enquanto cose, ensimesmado entre o vai e vem dos pedestres, sua perolada tarrafa pendurada nas farpas dos galhos baixos do pé-de-pau.
O olhar cansado, quase escondido por baixo das rugas do rosto, já exibe notório o final do outono que brevemente o entregará ao gélido frio do inverno.
Por entre as copas das árvores na rua de paralelepípedos, uivam os ventos outonais, balançando as ramagens, derrubando a folhagem cuja primavera, outrora verdejante, esvaziou-se com os anos, noticiando o inverno que se aproxima.
- segunda-feira, 10 de abril de 2017
- 0 Comentários
A vida é muito curta para ser morna,
Isto é, eu sei, isso eu sei.
Jesus Você pode ter tudo
Cada respiração minha,
Cada respiração minha.
Eu preciso de Seu poder para viver esta vida,
Isso eu sei, isso eu sei.
Eu não posso fazer isso sozinho;
Você é Cristo em mim
Minha única esperança,
Minha única esperança.
Enquanto eu ando neste mundo quebrado,
Sintonize minha vida com a canção do céu
Pois eu sou seu.
E quando tudo é dito e feito,
Sintonize minha vida com a canção do céu
Para sempre.
Isto é, eu sei, isso eu sei.
Jesus Você pode ter tudo
Cada respiração minha,
Cada respiração minha.
Eu preciso de Seu poder para viver esta vida,
Isso eu sei, isso eu sei.
Eu não posso fazer isso sozinho;
Você é Cristo em mim
Minha única esperança,
Minha única esperança.
Enquanto eu ando neste mundo quebrado,
Sintonize minha vida com a canção do céu
Pois eu sou seu.
E quando tudo é dito e feito,
Sintonize minha vida com a canção do céu
Para sempre.
Matt Redman
- sábado, 4 de fevereiro de 2017
- 0 Comentários
Aleluia nas alturas sobre a terra
Aleluia, todos os seus anjos
Aleluia, pois o último será o primeiro
Que tudo que respire louve ao senhor
Que tudo que respire louve ao senhor
Aleluia pela manhã
Aleluia pela beleza das suas cicatrizes
Aleluia no crepúsculo
Aleluia, sol e lua e estrelas brilhantes
Que tudo que respire louve ao Senhor
Que tudo que respire louve ao Senhor
Quando a noite parecer longa demais (jogue suas mãos para o céu)
Você pode cantar uma canção nova (enxugue as lágrimas dos seus olhos)
Quando você está fraco, Ele é forte
Ele pode curar sua alma ferida
E acalmar a tempestade dentro de você
Por todas as suas horas de sorriso
Em cada oração esperançosa
Quando o mundo pesar sobre seus ombros
Através da dor e do desespero
Com tudo, a cada respiração, louve o Senhor
Que tudo que respire louve ao Senhor
Que tudo que respire louve ao Senhor
Que tudo que respire louve ao Senhor
Que tudo que respire louve ao Senhor
Que tudo que respire louve ao Senhor
Quando a noite parecer longa demais (jogue suas mãos para o céu)
Você pode cantar uma canção nova (enxugue as lágrimas dos seus olhos)
Quando você está fraco, Ele é forte
Ele pode curar sua alma ferida
E acalmar a tempestade dentro de você
Leigh Nash
- quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
- 0 Comentários
Como pedir coroas a um Rei
Que da sua glória se despiu
Como exigir riquezas de um Rei
Que a cabeça não tinha onde reclinar
E como pedir honras a um Deus
Que maldito se fez
E coberto de vergonha foi por amor
Como eu posso ser assim
Querer tanto quando Ele não quis nada
Além de me amar
E todos os seus passos só me falam que o que
Ele espera de mim é renuncia
É morrer pra mim mesmo, é tomar minha cruz
E seguir os seus passos
Se eu não sou capaz de fazer morrer minhas vontades
Tão pouco posso ser chamado um discípulo seu
A simplicidade Ele trazia no olhar
E tudo que Ele fez foi só pensando em nos amar
E ao ler sobre Ele, ao cantar sobre Ele
Eu me pergunto onde a essência foi parar
A sua comida era vontade do seu Pai
E o que fugia disso ele deixava para trás
A minha paz custou o seu castigo
O meu pecado foi moído
Cordeiro de Deus, seu nome é Jesus
Entre o que eu ouço por aí
E o que eu leio sobre Ele eu só acho contrates
Precisamos nos lembrar, a verdade retornar
Alguns conceitos repensar
Não se preocupou em ajuntar riquezas
E nEle não se achava nenhuma beleza
Pelos seus foi rejeitado e duramente açoitado
Entregue pra morrer numa cruz
E quando eu digo que quero imita-lo e ser igual a Ele
Será que eu sou consciente do que isso quer dizer?
A simplicidade ele trazia no olhar
E tudo que Ele fez foi só pensando em nos amar
E ao ler sobre Ele, ao cantar sobre Ele
Me pergunto onde a essência foi parar
A sua comida era vontade do seu Pai
E o que fugia disso Ele deixava para trás
Eu preciso ser como Ele, e deixar tudo por Ele
Mais do que ler, falar, eu preciso viver Jesus
Viver, viver Jesus
Mais do que ler, falar, eu preciso viver
Que da sua glória se despiu
Como exigir riquezas de um Rei
Que a cabeça não tinha onde reclinar
E como pedir honras a um Deus
Que maldito se fez
E coberto de vergonha foi por amor
Como eu posso ser assim
Querer tanto quando Ele não quis nada
Além de me amar
E todos os seus passos só me falam que o que
Ele espera de mim é renuncia
É morrer pra mim mesmo, é tomar minha cruz
E seguir os seus passos
Se eu não sou capaz de fazer morrer minhas vontades
Tão pouco posso ser chamado um discípulo seu
A simplicidade Ele trazia no olhar
E tudo que Ele fez foi só pensando em nos amar
E ao ler sobre Ele, ao cantar sobre Ele
Eu me pergunto onde a essência foi parar
A sua comida era vontade do seu Pai
E o que fugia disso ele deixava para trás
A minha paz custou o seu castigo
O meu pecado foi moído
Cordeiro de Deus, seu nome é Jesus
Entre o que eu ouço por aí
E o que eu leio sobre Ele eu só acho contrates
Precisamos nos lembrar, a verdade retornar
Alguns conceitos repensar
Não se preocupou em ajuntar riquezas
E nEle não se achava nenhuma beleza
Pelos seus foi rejeitado e duramente açoitado
Entregue pra morrer numa cruz
E quando eu digo que quero imita-lo e ser igual a Ele
Será que eu sou consciente do que isso quer dizer?
A simplicidade ele trazia no olhar
E tudo que Ele fez foi só pensando em nos amar
E ao ler sobre Ele, ao cantar sobre Ele
Me pergunto onde a essência foi parar
A sua comida era vontade do seu Pai
E o que fugia disso Ele deixava para trás
Eu preciso ser como Ele, e deixar tudo por Ele
Mais do que ler, falar, eu preciso viver Jesus
Viver, viver Jesus
Mais do que ler, falar, eu preciso viver
Amanda Rodrigues
- domingo, 1 de janeiro de 2017
- 0 Comentários