Minha busca

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Two Friends on the Shore of Long Island (2009), Devin Leonardi

Talvez eu não saiba conseguir o que gostaria de ter, ou mesmo não tenha condições para isso; ou talvez eu procure o que nunca se perdeu por não ser meu aquilo que procuro.

Mas há em mim — sobre isto mesmo a que procuro — como que uma ânsia pelo encontro com o derradeiro vocábulo de um soneto, escrito às pressas, às expensas de uns vagos minutos pretos de sono.

O que penso querer e a isto procuro é como o chão que se perdeu sob os pés vagabundos de um bêbado; é como o inalcançável ar de quem pouco a pouco morre em segredo, por asfixia.

Talvez, mas só talvez — não sei — não haja para mim um chão firme, para os meus pés vacilantes, nem o precioso ar para os meus degradantes pulmões.

O que busco, talvez eu não ache por não existir, mas se procuro, assim o farei, pois se de toda forma viverei sem ter o que desejo, não me conformarei à esta rija e fria realidade.

Se é a condição de ter o que procuro que me falta, correrei pouco a pouco, saltarei alguns muros, e, com aquilo que não é meu, arriscarei ganhar o que não tenho pelo lucro de ter o que procuro.

Você Pode Gostar Também

0 comentários

Escrever é, antes de tudo, o abstracionismo dos pensamentos, das alegrias, dos lamentos e todos os sentimentos que transpassam a alma humana. É o transbordar filosófico e poético dos mares do pensamento.

Debruce os sentimentos de sua alma sobre este espaço, caro leitor.

Todos os Direitos Reservados

Seguidores