- domingo, 25 de fevereiro de 2018
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Antes
das flores de primavera
Sempre virão as tempestades de inverno
Para que
o triste feito do outono seja desfeito
E tudo, ainda mais bonito, floresça.
E tudo, ainda mais bonito, floresça.
Antes
do arrulhar dos pássaros
Sempre virá o silêncio mudo da madrugada
Que canta a inércia do canto das aves
Que descansam para, com força, cantarem de novo.
Sempre virá o silêncio mudo da madrugada
Que canta a inércia do canto das aves
Que descansam para, com força, cantarem de novo.
Antes
dos cálidos raios da alvorada raiarem no horizonte
Inevitavelmente virá a noite fria
Para que o alvor de um novo dia
Ilumine as pálidas faces e aqueça as gélidas tezes.
Inevitavelmente virá a noite fria
Para que o alvor de um novo dia
Ilumine as pálidas faces e aqueça as gélidas tezes.
Antes
do nascimento da árvore
Necessariamente virá o sepultamento da semente
Para que, pela morte do gérmen,
Brote a plântula, cresça a planta e torne-se árvore de frutos e sombra.
Antes da liberdade da borboleta
Forçosamente virá o aprisionamento da lagarta, tornada crisálida,
Para que o belo inseto de asas variegadas
Adorne o céu.
Antes de todo real começo
Virá o aparente fim,
Para que saibamos que todo fim
É apenas o início de um novo começo.
Necessariamente virá o sepultamento da semente
Para que, pela morte do gérmen,
Brote a plântula, cresça a planta e torne-se árvore de frutos e sombra.
Antes da liberdade da borboleta
Forçosamente virá o aprisionamento da lagarta, tornada crisálida,
Para que o belo inseto de asas variegadas
Adorne o céu.
Antes de todo real começo
Virá o aparente fim,
Para que saibamos que todo fim
É apenas o início de um novo começo.
- sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018
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O meu jardim, outrora verdejante, jazeu em cinzas mortais, queimado pelo ardor do fogo alimentado pela ganância de homens cruéis. Foram-se minhas margaridas... meus jasmins... até minhas alfazemas! Tudo foi ardido pelo fogo! — Eu podia sentir aquele incenso mortal que exalava das cinzas.
A morte usurpou a vida e a fealdade suplantou a beleza. Tão laborioso me foi semear cada semente e rega-las com o suor do meu trabalho! E agora só me restara molhar a terra enegrecida com as lágrimas que rolavam por meu enrubescido rosto.
Até o sol foi cortinado por gélidas nuvens enegrecidas, coisa que eu não queria. Já bastava o meu pranto sobre o encinzeirado outrora florido, irrigando a necrópole das minhas flores. Porém, para minha surpresa, aquelas nuvens traziam vida.
O pintalgado de flores começou a ressurgir: o cândido das gardênias, o violáceo das lavandas, o carminado dos cravos. Com o perfume melado do álisso que brotou à minha direita, nasceu de volta a minha alegria. Era o meu jardim brotando das cinzas enquanto o pranto das nuvens tocava o chão.
- sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018
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Quando a beleza da tua mocidade passar com o piscar dos olhos, o que te restará? Pois os que chegam a ti, por esbanjares beleza, te deixarão quando esta também te deixar.
Quando teu corpo, já amortecido, não for mais esbelto, tua pele e teus cabelos estiverem encanecidos, por já seres velho, o que lhes oferecerás?
Aproveita a mocidade e busca a sabedoria, a modéstia e a piedade para teres aperfeiçoado o teu caráter. Dessa forma terás sempre o que oferecer a alguém: a sabedoria e não a vaidade de uma mocidade que em nada se esvai.
- quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018
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Não sou medito
Como tal, eu sou tido
Mas eu não sou metido
Na verdade, o que eu sou
É alguém muito tímido
Como tal, eu sou tido
Mas eu não sou metido
Na verdade, o que eu sou
É alguém muito tímido
- terça-feira, 6 de fevereiro de 2018
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Tem coisa melhor que um abraço apertado?
Ah! Um abraço bem forte regado de afeição!
Ah! Um abraço sincero carregado de emoção!
Ah! Um abraço bem ajustado, ao corpo não.
Um abraço bem forte, sincero, ajustado ao coração!
- sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018
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