- quarta-feira, 27 de dezembro de 2017
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Meu retrato não retrata bem,
Ainda que meus traços, contém,
Quem de fato eu sou.
Pois pra me conhecer
Não basta apenas ser
Meu conhecido.
Porque ninguém
Conhece bem alguém
Se dele não for amigo.
- sábado, 16 de dezembro de 2017
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Por que te preocupas
Quando a noite escura cai?
Pois tu verás, se esperares bem,
Que o negrume logo se esvai
E que apressadamente vem
A aurora de um dia a mais.
- quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
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A ostentação do pobre
Que achou dinheiro
É a fonte do futuro nobre
Que deixou o direito
Pra ouvir um "Se desdobre"
Ao servir o primeiro
- terça-feira, 12 de dezembro de 2017
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Talvez, sem muito esforço,
Se tu olhares direito,
Reclinando um pouco o pescoço,
Erguendo os olhos com jeito,
Poderás encontrar algumas estrelas
Brilhando nesse céu perfeito.
Se tu olhares direito,
Reclinando um pouco o pescoço,
Erguendo os olhos com jeito,
Poderás encontrar algumas estrelas
Brilhando nesse céu perfeito.
- domingo, 10 de dezembro de 2017
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Para uns as palavras são amigas,
Convidadas para festa.
Despidas de intrigas.
Sem qualquer arma funesta.
Convidadas para festa.
Despidas de intrigas.
Sem qualquer arma funesta.
Para mim, são prisioneiras
Subjugadas em uma guerra.
Vencidas com tranqueiras.
Aprisionadas sem qualquer trégua.
Subjugadas em uma guerra.
Vencidas com tranqueiras.
Aprisionadas sem qualquer trégua.
- sexta-feira, 8 de dezembro de 2017
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Da sacada da janela do meu pequeno sobrado, sinto os ventos do sudeste que começam a soprar, e como fantasmas, que parecem querer entrar pelas janelas das casas para assombra-las, uivam trazendo consigo grandes e escuras nuvens que mais parecem algodão desenhado à grafite, as quais tingem o céu de um cinza sombrio, desbotando o azul celestial.
Os pássaros também já cessam o seu arrulhar, partindo, quase à semelhança de Ícaro, em busca do sol que se distanciara. As árvores, ainda desfolhadas, ao som dos uivos dos
ventos, parecem dançar com o intento de quererem descer do alto os primeiros pingos da chuva, a qual será a única companheira dos bancos torneados deixados à mercê da solidão pelos casais que, outrora abancados, trocavam caricias ao cheiro dos jasmins.
Nas ruas de paralelepípedo já não se vê mais pessoas andando, exceto uma ou outra que corre com as notícias do dia na cabeça, desviando-se dos grandes girassóis coloridos que, movimentando-se como em busca do sol, agora substituem os pedestres e trazem cor à estação recém chegada.
É o inverno que nos alcança.
- segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
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