Avenida

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Fifth Avenue At Twilight, Lowell Birge Harrison (1910)
O cheiro petricor pairava no ar na avenida, nascido da chuva que regava a terra e que trazia consigo o gélido vento de início de inverno no crepúsculo daquela tarde.

As chamas quentes dos candeeiros de azeite já começavam a dançar nas calçadas ao som uivante dos ventos depois que o acendedor de lampiões as deixava.

As ruas foram sendo pouco a pouco iluminadas e, nas calçadas, sombras bruxulentas iam sendo projetadas e dissipadas conforme os transeuntes passavam por debaixo dos luzeiros que lutavam contra o forte vento.

O guarda-chuva já não cumpria o seu papel e não guardava-me bem da chuva que caía oblíqua, e o meu sobretudo molhado, salpicado de lama, começava a pesar sobre os meus ombros.

Acelerei o passo. Já via de longe a soleira da minha porta. A chaminé desvanecia a fumaça do carvalho que ardia na lareira. Subi as escadas e logo estava em casa, com os pés úmidos descalçados, sentado diante do calor das chamas que crepitavam sobre a madeira.

Lá fora, o cheiro petricor pairava no ar na avenida, nascido da chuva que regava a terra e que trazia consigo o gélido vento de início de inverno no crepúsculo daquela tarde.

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Escrever é, antes de tudo, o abstracionismo dos pensamentos, das alegrias, dos lamentos e todos os sentimentos que transpassam a alma humana. É o transbordar filosófico e poético dos mares do pensamento.

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