Ídolos

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019


Navio num mar revolto (1858), Ivan Konstantinovich Aivazovsky

Meu coração perverso tende aos ídolos vãos, os quais refletem as vaidades de meu ser corrompido que dia e noite freme — como o bramido do mar revolto — envolto em sua sepultura, querendo se reerguer, buscando vencer o que o sepultou e agora habita em mim.

Certifico-me disto quando aparentemente não erro e me alegro nos trapos imundos de minha sórdida justiça. Ou quando na dor surge uma auto piedade pungitiva, e a suficiência da verdade já não me basta para suportar o sofrimento que antecede aquela realidade futura.

Em minha euforia pela busca da verdade, quando esta não é a verdadeira razão de minha alegria, também descubro a mais pura idolatria.

Meu coração perverso tende aos ídolos vãos, os quais refletem as vaidades de meu ser corrompido que dia e noite freme — como o bramido do mar revolto — envolto em sua sepultura, querendo se reerguer, buscando vencer o que o sepultou e agora habita em mim.

(26/09/2018)

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Escrever é, antes de tudo, o abstracionismo dos pensamentos, das alegrias, dos lamentos e todos os sentimentos que transpassam a alma humana. É o transbordar filosófico e poético dos mares do pensamento.

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