Escritor de areia

sábado, 21 de dezembro de 2019

Vida e morte de um escritor de areia, Eric Jhon (2020)
Da areia fui formado, erguido, outrora imaginado e dado a escrever as memórias que neste corpo de areia surgirão, antes que eu desvaneça sob as ondas inexoráveis da morte.

Antes que as vagas velozes, amargas da morte passem sobre mim como as ondas sobre a areia da praia, devo viver o agora e escrever as memórias que recordem os vestígios de minha existência.

E na subjetividade das palavras escritas, simbólicas, sentidas antes mesmo de serem ditas, encontrei a ideal sepultura, segura para tais memórias vividas desde a aurora de meu tempo, em tempos de outrora.

Nesta subjetiva necrópole de memórias antigas e novas também sepulto os gritos, os choros, os risos, mudos, soturnos, inseguros... de minha alma efêmera — esta lamenta sua própria fugacidade... e o ressurgimento compreensivo de seus mortos é desejado, ainda que revivam como simplesmente baboseiras.

Da areia fui formado, erguido, outrora imaginado e dado a escrever as memórias que neste corpo de areia surgirão, antes que eu desvaneça sob as ondas inexoráveis da morte.

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Escrever é, antes de tudo, o abstracionismo dos pensamentos, das alegrias, dos lamentos e todos os sentimentos que transpassam a alma humana. É o transbordar filosófico e poético dos mares do pensamento.

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