Escritor sem palavras

segunda-feira, 24 de outubro de 2016


Quem me dera saber expressar com tinta e papel o que sente meu coração e o que medita a minha alma. Escrever corretamente em minha máquina, de acordo com a gramática e sua legislação, um bom escrito de encher os olhos. Saber falar com os dedos de acordo com a norma culta.

Sinto-me como uma criança que ainda não fala, mas que, na tentativa de ser compreendida, balbucia palavras erradas, fora do lugar. Que, por muitas vezes, troca as letras de posição ou as substitui por outras.

Sim, sinto-me muitas vezes como uma criança que não sabe traduzir para o idioma vernáculo do mundo à sua volta, do qual todos ao seu redor parecem se utilizar com perfeição, os sentimentos, dores e meditações de sua alma há tão poucos anos no mundo.

Mesmo sendo como uma criança, por vezes consigo permitir, de uma forma inexplicavelmente abrupta, que as palavras fluam da minha alma por entre minhas veias e músculos, e dirijam as minhas mãos e guiem meus dedos na tentativa de externar, ainda que de forma rudimentar, tudo aquilo que toma forma em meu consciente.

Quem sabe Deus permita, de uma forma miraculosa, que, mesmo eu sendo como criança, possa acrescentar uma certa medida de esperança e fé aos corações daqueles que ouvem as palavras balbuciadas por minha máquina de escrever.

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Escrever é, antes de tudo, o abstracionismo dos pensamentos, das alegrias, dos lamentos e todos os sentimentos que transpassam a alma humana. É o transbordar filosófico e poético dos mares do pensamento.

Debruce os sentimentos de sua alma sobre este espaço, caro leitor.

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