O que me bastava

sábado, 21 de julho de 2018


Distraído com as coisas criadas, eu buscava satisfação com o que não me bastava, esquecendo-me de quem as criou e continuamente bradava aos meus ouvidos cerrados para me oferecer de graça tudo aquilo que me faltava e eu não sabia.

Eu batia na porta da morte em busca de alento e me era cobrado minha própria vida em troca daquilo que não mitigava a fome que eu sentia, nem alegrava minha alma sedenta de algo que até então eu desconhecia.

Buscando saciar a sede que eu sentia, eu trabalhava de graça para quem não podia me pagar o que eu precisava e em troca perdia a vida que eu já não tinha, quando havia de graça uma fonte de água pura, doce e cristalina tão perto de mim.

Então o grito suave de quem vendia de graça tudo o que eu precisava rompeu a surdez de meus ouvidos, e eu me voltei ao que clamava e, sem graça, comprei de graça o que me faltava e enfim satisfiz a fome e a sede que haviam em mim.

Foi assim que eu descobri o que me bastava.

Você Pode Gostar Também

0 comentários

Escrever é, antes de tudo, o abstracionismo dos pensamentos, das alegrias, dos lamentos e todos os sentimentos que transpassam a alma humana. É o transbordar filosófico e poético dos mares do pensamento.

Debruce os sentimentos de sua alma sobre este espaço, caro leitor.

Todos os Direitos Reservados

Seguidores