Amor irresistível

sexta-feira, 4 de maio de 2018


Perdi longos anos de minha vida mergulhado na vaidade, abraçado com a efemeridade das coisas materiais, sem saber que o teu amor pacientemente aguardava por mim.

Enquanto eu vagava sórdido e distraído pelas ruas escuras da cidade, mendigando o amor de quem não me amava, de longe você me olhava e me queria, mesmo sabendo que eu não te notava.

Apesar de não saber que você existia, o meu coração te buscava, mas não te encontrava porque te procurava onde não podia te achar.

Contudo, você não desistiu, mas insistiu pacientemente até que o sussurro dos teus lábios fechados rompeu a surdez de meus ouvidos e eu te ouvi.

Teus olhos atraíram os meus. Desnudaram a completude do âmago do meu ser, e eu temi, pois não cria que a tua brancura se mesclaria com o negrume que havia em mim — e não se mescla, dissipa-o.

Você me estendeu a mão e eu, temendo, fugi, mas teus braços me cercaram e eu fui irresistivelmente atraído pelo teu amor que inundou a minha vida, adoçando a amargura de uma existência outrora sem esperança.

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Escrever é, antes de tudo, o abstracionismo dos pensamentos, das alegrias, dos lamentos e todos os sentimentos que transpassam a alma humana. É o transbordar filosófico e poético dos mares do pensamento.

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