Antes de todo começo

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018


Antes das flores de primavera
Sempre virão as tempestades de inverno
Para que o triste feito do outono seja desfeito
E tudo, ainda mais bonito, floresça.

Antes do arrulhar dos pássaros
Sempre virá o silêncio mudo da madrugada
Que canta a inércia do canto das aves
Que descansam para, com força, cantarem de novo.

Antes dos cálidos raios da alvorada raiarem no horizonte
Inevitavelmente virá a noite fria
Para que o alvor de um novo dia
Ilumine as pálidas faces e aqueça as gélidas tezes.

Antes do nascimento da árvore
Necessariamente virá o sepultamento da semente
Para que, pela morte do gérmen,
Brote a plântula, cresça a planta e torne-se árvore de frutos e sombra.

Antes da liberdade da borboleta
Forçosamente virá o aprisionamento da lagarta, tornada crisálida,
Para que o belo inseto de asas variegadas
Adorne o céu.

Antes de todo real começo
Virá o aparente fim,
Para que saibamos que todo fim
É apenas o início de um novo começo.

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Escrever é, antes de tudo, o abstracionismo dos pensamentos, das alegrias, dos lamentos e todos os sentimentos que transpassam a alma humana. É o transbordar filosófico e poético dos mares do pensamento.

Debruce os sentimentos de sua alma sobre este espaço, caro leitor.

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